Onde nos apoiarmos na corda bamba da Vida

Façamos um exercício de imaginação. Imaginemos um trapezista em ponto de equilíbrio na corda bamba.

 

Conseguimos sem dúvida visualizar a intensa ansiedade que sentiria ao saber que por baixo desta corda não terá mais nada para o apoiar do que um chão de cimento. E a diferença que seria, mesmo que com grande dificuldade, percorrer a mesma corda bamba com o apoio de uma rede onde cair.

 

Esta semana, numa sessão de Coaching Focado em Soluções, surgiu-me esta imagem. Ouvia e aprendia com a cliente à minha frente, naquele momento acabada de descobrir dentro de si uma porta para começar a conseguir estar mais à vontade para errar frente a outras pessoas. Seja no trabalho, em casa ou onde for.

 

Ao observá-la na sua nova descoberta de hipóteses de soluções para o seu enorme impasse, pude também eu abrir portas desconhecidas para compreender melhor as pessoas.

 

Desta vez, o que pude perceber é que, quando nos lançamos na corda bamba da vida para desafiar desejos de mudança que nos incomodam, se temos o chão pesado e violento de cimento dentro de nós que nos leva a sermos tão duros conosco quando erramos (caímos),  muito dificilmente qualquer pessoa terá vontade para voltar à corda. Certo? Não somos parvos. Não queremos sofrer.

 

Mas, ao invés, se encontrarmos dentro de nós um pequeno começo de doçura (rede de apoio) que nos diz “levanta-te”, “está tudo bem”, “começa de novo”, sem dúvida que tudo dentro de nós se volta a erguer para tentar de novo. E, melhor ainda, para encontrar novas soluções para mais uma tentativa. Parece lógico? Pessoalmente, pelo que vejo na minha vida pessoal e em toda uma cultura de culpablização e de uma exigência desmedida conosco próprios e com os outros, exige sem dúvida um esforço diário. Ou até segundo a segundo.

 

O que compreendi é que nada poderá mudar no medo e na ansiedade de errar que implica o contacto com os outros se não formos mais generosos com o erro. Onde caímos dentro de nós depois de uma tentativa mal conseguida faz TODA A DIFERENÇA.

 

E melhor, mas muito melhor, ainda. Tanto ela como eu pudemos ver como esta mudança de atitude DE IMEDIATO a levou a ver soluções também para como ser menos dura com os que lhe são mais queridos e que há muito esperam uma reação menos agressiva aos seus próprios impasses.

 

Olá, sou a Ana Calha!

Sou professora de inglês há vinte e dois anos e formadora na área da comunicação há mais de onze. 

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